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Ao falar sobre a corrupção, Zappa começou criticando o excesso de políticos em Brasília. Segundo ele, o projeto Ficha Limpa tenta solucionar parte do problema apontando os candidatos com problemas jurídicos, mas seu sistema complexo e pouco prático de ser usado. Conectando ideias já existentes e sendo um pouco radical, Michell propõe uma espécie de "Ficha aberta".
"Como representante do povo, todas as suas ações (profissionais) deveriam ser públicas", disse Zappa, em entrevista exclusiva ao TechTudo. O projeto "Ficha Aberta" mostraria toda a movimentação pública, desde os projetos aprovados e negados em assembléias até a compra de bens. Assim, seria mais fácil confiar em um político. "Por causa de uma minoria corrupta, toda a classe política sobre o estigma da corrupção. Assim, fica mais fácil descobrir em quem confiar ou não".
Em sua opinião, ideia poderia ser facilmente implementada com soluções já existentes, como a "mineração de dados" (um processo que busca, em grandes quantidades de dados, padrões consistentes, como nomes) nos registros públicos (de documentos e processos a matérias de jornais) e a formatação dos resultados em sites familiares a leitura. "Assim, bastaria digitar o nome do candidato e ler tudo sobre o que ele já fez publicamente".
Em outro exercício, Zappa falou sobre como o sistema de saúde pode ser beneficiado com as tecnologias em desenvolvimento. Relembrando o dispositivo capaz de detectar doenças sem sequer tocar no paciente, conhecido como Tricorder nos seriados de StarTrek, o teórico declarou que empresas como a Qualcomm já projetam aparelhos parecidos, ainda que limitados.
A ideia futura para isso, explicou durante a entrevista, seria o desenvolvimento dessas aplicações em aparelhos como o smartphone. "Já há soluções que deram um 'start' nesse quesito, como o app para iPhone que identifica seus batimentos cardiacos pela câmera". Para ele, esta tecnologia poderia dar fim às triagens em hospital. "O médico poderá gastar bem menos tempo descobrindo informações básicas do paciente e se concentrando no que importa".
Sobre as casas populares, o futurologista lembrou que já há tecnologias para "impressão" de casas, que é mais barato, mais rápido e capaz de produzir casas em larga escala, agindo como uma impressora 3D gigante. Aliado a maquina estaria um software de "design algorítmico", capaz de interpretar os melhores dimensionamento para estruturas, como edifícios, em condições adversas. "Seria possível, por exemplo, criar um algoritmo capaz de desenhar 15 casas em um terreno com elevação, prevendo desde os espaços para circulação e a manutenção de árvores no local, até a valorização imobiliária".
Por Allan Melo
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